Observação do ecossistema

Observação do ecossistema

Rendamo-nos imperfeitos.

O corpo domado, o dorso derretido.

Mocinhas completam-se colonizadas.

Os que fogem da própria carnadura mineral

os que, correndo, não se deslocam. Apenas

um mil pássaros dão o prazer do movimento.

Os bichos quebram, os tantos bichos

de vidro, rastro impossível da gênese,

inclinados na joia, fruto de sumo ausente.

Coisa alguma existe na fuga, nada

é suspenso na atmosfera fugidia

(nada consumado em glacial deserto).

Bolhas no mármore, casas descobrindo-se.

Há uma busca vegetal no céu de queratina.

O amor não busca maior altura,

no alto felino, acima da colisão:

Rendamo-nos imperfeitos

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 13/01/2015
Reeditado em 19/01/2015
Código do texto: T5100802
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