fim

segue o o tempo

com seu turno ruim

sua carga pesada

e seu cansaço, segue

a mentira inventada

o medo herdado,

as diversas carapaças,

segue o brasil

sem caráter, da mentira

deslavada, segue o roubo

o desgosto, a compulsão

de não existir, segue a corda

bamba, o disfarce infindável

o esgoto, o escroto, o cerne

desse lugar sem serafim.

nem o diabo, nem o destroço

nem o encardido do tempo morto,

nada

esse nada,

que não parece ter fim

segue,

o que não tem jeito

o que não está feito

o que sem esperança

esperamos pelo fim.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 18/12/2014
Código do texto: T5073689
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