[Calados como um cavalo]

Tolstoy tem razão:

em certos instantes,

os humanos estamos calados,

submissos como um cavalo...

E então, de algum modo acontece,

por via dos azares da vida besta,

que certas pessoas têm o poder

de nos fazer sentir como deve se sentir

o cavalo mudo que está prestes

a receber e aceitar o freio e o arreio.

Então, olvidados do fato irrecorrível

de que viver é agir sempre,

agir ainda que sem esperança,

os humanos estamos sem ação,

ou pior: sem vontade de ação...

Com sorte, um tranco no cabresto

pode nos despertar da indolência.

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[Desterro, 10 de dezembro de 2014]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 17/12/2014
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T5072632
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