“É tempo de ausências” -
                                             Cai o canto embiocado do Pássaro...
 
 
 
O Pássaro se foi
entre sombras niilistas,
encorcundando-se por jardins implantados em despenhadeiros
sob os céus lascivos de fabulosos desertos.
 
Certeiro, armou um voo maciço
Fraturando a suavidade do ar;
Desatinado, cravando flores na aridez de seus abrigos,
Compôs um réquiem em ré menor
Pelas partituras pálidas do coração.
 
 
Fechei a abstrata janela
por onde irrompiam chuvas canoras
que ricocheteavam a minha alma;
 
Dormi no rés do chão do esquecimento.
ouvindo o cinzento garoar de espectros sonoros
inundar os telheiros de vivendas desabitadas.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 17/12/2014
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T5072493
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