O TEMPO
A consciência elabora o linguajar
do tempo finito,
Delineia a linha da coragem e das dores
do homem breve.
Serenidade que dispensa vagamente nossos desejos.
Assim vagamos feitos vaga-lumes,
na imensidão do breu.
Mas a esperança resiste.
A esperança se fecha ao redor,
Ainda a vimos latente e próxima
Na sua absoluta profundidade.
O relógio marca as horas e os minutos seguintes.
O pêndulo continua inatingível
mesmo com o girar dos ponteiros.
Nada questiona o tempo.
Queremos a vida, o amor, paz.
Queremos mais.
Poucos podem.
A poeira se desfaz.