O TEMPO

A consciência elabora o linguajar

do tempo finito,

Delineia a linha da coragem e das dores

do homem breve.

Serenidade que dispensa vagamente nossos desejos.

Assim vagamos feitos vaga-lumes,

na imensidão do breu.

Mas a esperança resiste.

A esperança se fecha ao redor,

Ainda a vimos latente e próxima

Na sua absoluta profundidade.

O relógio marca as horas e os minutos seguintes.

O pêndulo continua inatingível

mesmo com o girar dos ponteiros.

Nada questiona o tempo.

Queremos a vida, o amor, paz.

Queremos mais.

Poucos podem.

A poeira se desfaz.

Ieda Alkimim
Enviado por Ieda Alkimim em 30/05/2007
Reeditado em 09/07/2007
Código do texto: T506858