Mares empeixados.

Do amor pouco vi, pouco untei,

pouco sei.

Aquele amor de fato, condensado, esperado,

ninado até sempre.

Falo do amor que trago solto, sem pressa,

sem limo, com crina desembaraçada.

Um amor desameaçado, outrora surrado,

por vezes assustado, mas sempre amor.

Um amor sem asneiras, sem passar do ponto,

pronto para cachoeirar até se fartar.

Amor descongestionado, desatônito,

bonito até.

Amor sem penduricalhos, nem galhos secos,

nem desejos falidos que teimam em sorrir.

Um amor descansado,

perfumado pro baile, feliz até.

Amor que se diz inteiro, serelepe na voz,

benquisto na raiz.

Meu amor nunca tardio, nunca traíra,

nunca triste, nunca mesmo.

Amor que trago aprumado, limpo,

de peito erguido, de alma paterna.

Amor que vale a pena ficar com a gente,

talismã que veio pra ficar,

coisa linda que deixa os mares mais empeixados,

seja empeixado o que for.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 12/12/2014
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