RIMAS DILACERANTES

Meus versos perderam-se no vazio da saudade

Já não há intensidade na minha escrita

Como se a poesia, outrora infinita

Criasse asas e alçasse um voo cego

Já não me entrego às rimas de amor

E nego o sentimento que ainda em mim habita

Meus versos perderam-se no tempo

E um pensamento soluça distante

Aprisionado em rimas dilacerantes

Meus versos são navio sem porto

Atormentados por ondas inquietas

Renascendo o poeta, morre o amante

Crivado por versos perdidos e sem vida

Invoco a deusa poesia que reina dominante

Arrastando rimas dilacerantes pela alma ferida