Dor e cura
Dor e cura
O silêncio que respiro
provoca, em ti, combustão
ao tempo que, em mim, debela
resquícios duma paixão.
Oxigena a razão
que (des)tricota o feitiço.
Sentimentos movediços;
Mortiços e órfãos de chão.
E é no fragor que expiro
que tanjo a cruel solidão;
Meu riso é largo postiço;
Viço amargo de ilusão...
Siso faz estreito e inaudível
meu grito abafadiço.
Um enguiço, pedra no peito, ,
à guisa de um coração.
Por fora ar fresco, brisa;
Por dentro só rebuliço...
É o meu silêncio um retiro,
meditação, minha furna...
E é nele onde se revela
revolução que traz cura.
Beto Acioli
17/11/2014