Água, rocha e ternura...
A tristeza não dá motivo ao poeta desistir...
Escrever algo essencial no momento da solidão!
Já não se fazem mais poetas como antes, tudo é deflach e devastador, não há tempo de respirar, de reagir. E queremos agir assim.
Escolhas mal feitas e às vezes bem feitas, para testar o amor que prometiam,
mas com consequências devastadoras ao nosso peito tão fraco e latente...
Não somos rocha e nunca seremos, em todo coração pulsa o sentimento de bondade!
Somos água, rocha e ternura.
Da água, não freiamos nossa visão da vida que enxerga do peito, guarda e resguarda...
Da rocha nos paralizamos a cada fato, sem ação, sem ajudar o outro, sem enxergar o outro, louco, que grita pela rua, e assim agimos anestesiados como uma rocha, mas de dentro tudo se vê e se adoenta, se a rocha está dura demais.
O que fazer quando se quer erguer os braços e amolecer o sentimento alheio... Mas tantos empecílhos, que nos embriagam a alma, nos alucinam o peito quando a consciência dos obstáculos é tão grande que nos funde por dentro, com a culpa de nossa lentidão para fazer o que é preciso para servir ao outro, mas toda ação é lenta e imprecisa e as vezes nula para nossa decepção, essa é a ternura, a consciência da falha, da falta ao outro, de nossas imperfeições, mas nossa aceitação, e nosso coração grande para fazer à pequena oportunidade.
Como não chorar num momento desse de mais alta consciência da emoção...?
Saber somente que a água rola e desabrocha nosso amor tão infantil e carente. Nosso amor curto e despreocupado. Nossa preocupação e despreocupação, mas sempre o amor, que dependendo dos nossos atos nos assola de consequências do outro tão despreparado, mas a água rola e não deixamos de amar sequer no momento da despreocupação, a água rola e não deixamos de amar sequer àqueles sem razão compreensiva. E amamos, e a água rola, e amamos...