Momentos de luxúria


Como descrever estes momentos de puro enlevo,
Que vivo a teu lado, nas tardes passadas ao léu,
A cada uma das tantas vezes, em quartos de motel,
Quando de mim fazes teu escravo, mero servo.

Tu ordenas que me ajoelhe a teus pés e obedeço,
Que os beije, constrito, e prazeiroso eu te atendo,
Que suplique por teu ardor, mesmo não mais tendo
O valor que um dia viste neste amor que te ofereço.

Tu me manietas, me prendes com férreas algemas,
Pés e mãos presos às extremidades de sutil leito,
Para me torturar, acaricias teus seios em meu peito,
Com tuas mãos exploras meu corpo nu, sem lemas.

Como indiferente aos plangentes e súplices apelos,
Quando te peço que termine de vez este martírio,
Calma, postas-te em meu torso e me concedes o lírio
De tua alma, acobertando-nos com teus cabelos.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 13/11/2014
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