A Pele que Habito

Permaneço preso e consciente

Repousado numa antiga aparência

Sou a obra de alguém inconsequente

Que castrou uma vida, inconsciência.

Refém de um fato em conflito

Vestido de uma doentia projeção

Por dentro, desesperado pelo grito.

De um socorro abafado, reclusão

Subjetivando em inscrever a verdade

O ciclo materno acarreta a explicação

As partes do corpo retém a identidade

Do princípio perdido, sem solução

A inteligência é reclusa e pessoal

É método inesperado e planejado

Conduzindo e inscrito no real

Ao aceitar o personagem, temporal

Declives e pertinentes fatos

O mistério é distinto em detalhes

Estamos presos em níveis vastos

De passos esquecidos, milhares

A linguagem sem palavras vistas

Tornando a escrita descrita em revelação

Pequenos dados dão imprevistas

Ações desenfreadas, detentas ao coração

O que morreu não foi a vida

Mas a escolhida seleção

Agora, o espelho revela a sofrida

Morte inscrita, em retalhos ao chão...

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Poesia refletida e baseada no filme "A Pele que Habito".

"La Piel que Habito" é um filme espanhol, dos genêros drama e suspense de 2011, realizado por Pedro Almodóvar.

Roberto William
Enviado por Roberto William em 07/11/2014
Código do texto: T5026574
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