Trem de Fantasias

O trem passa apitando em minha janela

E um bronze de cor branca que é fumaça

Invade os contornos do olhar que disfarça

Não entender que o grito do trem é tagarela.

Do alpendre contemplo o azucrinar dos trilhos

E o trem segue destino entre curvas e retas

Consumindo horas sob o despontar das setas

Que demarcam caminhos entre rosas e lírios.

Lá se vão em comboio alqueires de esperanças

Irradiando alegrias e arrancando das crianças

O sorriso imberbe que enche o ar de fantasia...

As saias rendadas rebolam e o povo se agita,

Donzelos contemplam o desfilar das raparigas

Que boicotam a sensualidade acenando utopias!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 21/10/2014
Código do texto: T5006416
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