O enfarto e outras dores do coração
No teatro de concreto e aço, estreava sua peça
A luz forte, ofuscava os olhares de reprovação
Pelo som, a verdade perfurava seus ouvidos
Em momento de cena sem graça, seu monólogo anestesiava a plateia
Mas uma dor, como um telefonema enganado na madrugada, veio sem avisar
Um grito rasgado, como se fosse uivo, encheu o palacete quase vazio
Aplausos e delírios
De pé, os incrédulos reverenciavam a morte sem saber
Suplicava ele, mas em vão
Morreu por ser verdadeiro demais