Pergaminhos, manuscritos e papiros
Permita-me envelhecer como um papel nobre e tão velho.
Um manuscrito inédito, repleto de sentimentos.
Riscada por mãos que revelam os desejos mais secretos.
Marcada na pele. Transcrita em vínculos e momentos.
Como a lamina fina, seca, trincada e já amarelada.
Tão rara, tão exclusiva, como um papiro único.
Cravada de peculiaridades, mentiras e verdades bem guardadas.
Minuciosamente composta de amor, dor, lágrimas e histórias.
Datada numa época que já não se tem mais acesso.
Leitura dessas páginas lhe permite viajar no tempo.
Como um pergaminho fechado, de um mundo isolado.
Com um passado mal lacrado, feito de palavras que não se apagaram com o vento.
Permita-se viajar nas minhas pronúncias.
Palavras, letras, linhas e estórias.
Uma vida de promessas e renúncias.
Composta de romance, medos, tintas e memórias.
Fatos históricos que não voltam mais.
Mas está lá, escrito, para quem quiser ler.
Só assim para compreender fatos de tempos atrás.
Decifrar enigmas para poder, tal obra, compreender.
Vire as páginas, entenda o fim de toda escrita.
Letras de músicas, desenhos, poesias, composições não ditas.
Perpetuados no papel, numa alma que não se decifra.
E que não devia, nem ser lida, tal obra envelhecida.