Rosa Vermelha
Do líquido vermelho e vital
Entre minhas mãos escorrendo
Percebi o derradeiro sinal
Quando me senti morrendo
Facho de luzes cegante
Entreabrem as fendas de dor
Espinhos, rosa figurante
Serpentes disformes de amor
Assim descobri a verdade
Da forma mais rude e banal
Os caprichos e a ansiedade
Anunciavam o ato final
Flor rosa ingênua, tola infeliz
O espinho se pôs contra ti
Não julgues o destino que quis
Fazer-te tão cedo partir
Há tantas na mesma sina
Iludidas na arte de amar
Implorando essa toxina
Felizes se deixam levar
A ruína almejada enfim
Um corpo gelado espelha
A flor que partiu de mim
Se desfez em rosa vermelha.