latejo
assisto a tua queda
porque já soube
do caminho abismado;
na sombra,
ouvem-se os martelos
esquartejando os desejos
amaciando os corpos para
o deleite do amanhã;
Imperfeita é a luz que percebo
Orquídeas falsas;
Mas torneada de açafrão;
Nem tudo se clareia,
A versão negra dos
Acontecimentos podem ser a verdadeira,
Sem medo de saber
O que é
Tão bela é a dor aceita
A fantasia desfeita
É de carne e osso
Esse amor que professo.
Trago essa profundeza
De anil, esse olhar cheirando a esperma
Essa vontade de viver
De entrar na densidade
Mais apavorante
E cheirar os lábios da morte
Tua hora de descanso
E Sentir a tua vagina encantada;
Sou tão breve
Que quase não vivo
Latejo.