latejo

assisto a tua queda

porque já soube

do caminho abismado;

na sombra,

ouvem-se os martelos

esquartejando os desejos

amaciando os corpos para

o deleite do amanhã;

Imperfeita é a luz que percebo

Orquídeas falsas;

Mas torneada de açafrão;

Nem tudo se clareia,

A versão negra dos

Acontecimentos podem ser a verdadeira,

Sem medo de saber

O que é

Tão bela é a dor aceita

A fantasia desfeita

É de carne e osso

Esse amor que professo.

Trago essa profundeza

De anil, esse olhar cheirando a esperma

Essa vontade de viver

De entrar na densidade

Mais apavorante

E cheirar os lábios da morte

Tua hora de descanso

E Sentir a tua vagina encantada;

Sou tão breve

Que quase não vivo

Latejo.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 01/10/2014
Código do texto: T4983362
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