Eu piso o concreto
a densa sombra
estendendo-se infinita
em meu quarto hermético.
Quanto aos lumes do lá fora
cá dentro, sempre me foram
uma fogueira sem lenha
descosturando-se na alma.
Eu me ergo na espessa sombra
no visível possível
para sonhar o possível
para viver o possível
para possibilitar o possível.