Houve um caminho
abstrato por onde eu passava,
bem longe do falar
de agora;
 
abriam-se-lhe
sonolentas janelas, sob a entoação
de canções nácar; e as pedras, todas, rendavam-se
às tênues luzes dos escândalos
dos crepúsculos,
 
em direção  às manipulas
cascatas de luares, que brotavam das palavras,
como sinfônico arranjo  a sussurrar
a improvável chegada
da cheia.
 
Quando tudo se ia
minguando em nadas, os olhos narcotizavam a prata
entre brancuras urdidas de novas harmonias,
e ia-me a sonhar pela rua
Serenata.
 
 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 25/09/2014
Código do texto: T4975515
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.