FACE REVELADA

Em meu silencio condoído eu estava.

Quando adveio do horizonte,

A ajuda em forma de “ ser “.

Ainda não sei seu nome,

Não conheço seus sentimentos,

Nem tampouco seus gostos e coração.

Mas veio como um anjo enviado,

Talvez como salvação.

Iluminando um beco, acalmando furacão.

Veio como uma promessa,

Instalou-se como uma certeza.

Bastou apenas um “psiu”,

Apenas um olhar, um gesto,

E o meu silencio se desfez.

Como por encanto,

Veio calmo e brincalhão,

Desafiando o silencio,

Veio brisa com cara de furacão.

Tornou-se vento, tornou-se mar.

Tornou-se sombra que abriga,

Trouxe som.

Tirou o silencio de mim,

E trocou por sua voz.

Talvez tenha perdido,

Talvez tenha sido um ganhador,

Mas sentiu-se coroado.

Foi um rei que se impôs,

Foi um súdito que serviu.

Foi um alazão que galopou,

Contra a tirania do sentimento,

Chamado silencio.

Não veio como selva,

Nem soprou como vento.

Veio calmo e decidido,

E invadiu meu pensamento

E. Di Camargo, 29/09/06

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 22/05/2007
Reeditado em 10/06/2012
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