FACE REVELADA
Em meu silencio condoído eu estava.
Quando adveio do horizonte,
A ajuda em forma de “ ser “.
Ainda não sei seu nome,
Não conheço seus sentimentos,
Nem tampouco seus gostos e coração.
Mas veio como um anjo enviado,
Talvez como salvação.
Iluminando um beco, acalmando furacão.
Veio como uma promessa,
Instalou-se como uma certeza.
Bastou apenas um “psiu”,
Apenas um olhar, um gesto,
E o meu silencio se desfez.
Como por encanto,
Veio calmo e brincalhão,
Desafiando o silencio,
Veio brisa com cara de furacão.
Tornou-se vento, tornou-se mar.
Tornou-se sombra que abriga,
Trouxe som.
Tirou o silencio de mim,
E trocou por sua voz.
Talvez tenha perdido,
Talvez tenha sido um ganhador,
Mas sentiu-se coroado.
Foi um rei que se impôs,
Foi um súdito que serviu.
Foi um alazão que galopou,
Contra a tirania do sentimento,
Chamado silencio.
Não veio como selva,
Nem soprou como vento.
Veio calmo e decidido,
E invadiu meu pensamento
E. Di Camargo, 29/09/06