rios do corpo
Não disfarce os olhos
de tua ternura,
O amor perfura os muros
As lajes e as cascas das árvores;
Perfura o tempo
O medo, as idéias,
E se funde à eternidade;
nas altura das horas
quando os espelhos se
quebram , ouvimos
o soluço das chuvas
e o silêncio soterrado
E nos guardamos dos
Tremores que nos define;
Pois quem gosta, gosta
no escuro e no claro
Dentro de casa e na soleira
Da porta,
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Não se disfarce
Aos olhos de tua ternura,
O amor perfura os muros
As lajes e as cascas
Das árvores;
Perfura o tempo
O medo e as idéias,
E se funde à eternidade
cada vento que toca
alguma janela,
O soar da vida
Se faz presente,
Delas , nada o sabemos
Talvez a ânsia de ser
E de estender alem das coisas
Que os olhos alcançam
E quase nada é
Salvo o esplendor de
Alguma coração que se abre
Há folhas que demoram
Outras são devoradas
Pela nervura do real
E a essa altura das horas
Ouvimos as risadas das aves
E o soluço das chuvas
E Muito do mundo dorme
Enquanto escrevo esse
Poema,
não se define
As coisas que a gente gosta
Pois quem gosta, gosta
E nada se conhece do amor
Salvo o coração que dói
Quando a barragem se levanta
Mas todos os dias
Os sol nos mostra nossa cara
E nos funda dentro
Da ausência escura
Antes disso, somos penumbra,
E não sentiamos os
Rios do corpo