Sonetos 22, 23 e 24 do meu livro "Em todos os sentidos"

OLHANDO

Se é que portas se abrem por destinos,

São oportunidades que buscamos,

E por elas a sorte que tentamos;

Jamais as feche por erros cretinos!

Cuide se no olhar, tem gente opinando;

Não siga os conselhos da inveja,

Porque é o mal que a você peleja,

Expulse-o bem ligeiro, triunfando...

Nosso pensar faz parte da rotina,

E assim todo ser muito se ensina,

No precaver que a si vai se tomando!

E são por essas regras e doutrina,

Que do caminho tudo se elimina,

Quando só ao bem, estamos olhando!

A VOZ DAS LÁGRIMAS

De todas as certezas que mortais,

No desencontro dos puros sentidos,

Uma agrura se faz aos olhos lidos,

Ao despencar das lágrimas reais!

E ainda mais adentro me percorre,

Um som qual esta minha alma não mente,

Quando a alegria não indiferente,

Se escape da ilusão que, não, não morre!

E por mais que emergisse de esplendores,

Pincelados por dentro do meu peito,

Seria refluído o eu de dores...,

...Porque, ser feliz é o instante efeito,

Que lágrimas em voz dos sofredores,

Segredam só comigo, junto ao leito!

ADMIRAÇÃO

Quando os olhos meus tão pecaminosos,

Que do íntimo, o corpo lhe despir;

É frasco de perfume no se abrir,

Perdendo-me nos teus cheiros gostosos!

Com uma pele rosa e bem macia,

Fêmea que me consome e já me atiça;

É gata que no toque se espreguiça,

Num morno calor bom, que delicia.

Vejo-me a devorar-lhe admirando,

Domados pensamentos e loucuras,

Num prazer enlevado e infinito!

E assim é que, feliz te sigo amando,

Sem imaginar do teu amor lonjuras,

Deste sonho real e tão bonito!

Eduardo (Setedados)

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Setedados
Enviado por Setedados em 16/09/2014
Código do texto: T4964768
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