A árvore, Eu e o Cercado
Sabe aquela árvore?
Lá! Perto daquela casa.
Não! A amarela.
Pintei em aquarela.
No centro do quadro,
Solo forrado,
Verde aplainado.
Vê aquele cercado?
Desenhei chanfrado,
Meio de lado,
Cercando meu mundo.
Eu daqui, apoiado no muro,
Olho a árvore até no quarto escuro.
Conto quanto sóis
E quantas luas
Sobrearam a árvore e eu no muro.
Pois se passaram dias meses e anos,
Eu a árvore e o cercado.
Tome esse quadro!
Lá, fora do quarto,
Há um mundo.
Meu braço está cansado
De olhar por trás do muro.
(Marcelo Catunda 16/09/2014)