Sonetos 19, 20 e 21 do meu livro "Em todos os sentidos"

O FÉRETRO

Nesta tarde tão trágica e sombria,

Eu, caminhando lento, via um vulto

Num féretro a seguir; e ele me via

Triste, por este morto a ser sepulto!

Era a realidade que adentrava,

Nesta imagem do espírito finado,

Qual na funesta marcha me atentava,

A orar pro corpo sendo carregado.

Em mim, o arrepio feito um mistério,

Que perscrutava este cemitério,

Num olhar que a espinha ia gelando!

Na mente, sem ser sonho ou dualidade,

Do vulto quis saber toda a verdade;

Descobri ali, que estavam me enterrando!

ETERNAMENTE

Cortado o peito que na dor se acaba,

E lavado por lágrimas sentidas,

Procuro curar as minhas feridas,

Da difícil saudade que desaba!

Do amor inseparável prometido,

Que nesta tua morte enterrasse,

Eu pediria que o tempo voltasse,

E antes então, ter eu de ti partido!

Não só por Deus eu vivo, pois aceito;

Mas, nada mais tem nesta vida a graça,

Que era o seu corpo e, teu sorriso belo!

Aqui fiquei cadáver não desfeito,

Mas, não escondo na face - a desgraça,

Que eternamente desta morte eu velo!

ADEUS

Tua fúnebre visão nada me espanta,

Te amo pela dor que tenhas passado;

O respeito é de ti bem lembrado

Por nós, onde o teu riso ainda imanta!

Teu espírito pra Deus se agiganta;

De uma bendita mãe foste criado,

Num berço de amor só por nós chorado,

E consolado pela virgem santa.

Óh senhor! Que tristeza imensa e fria,

Vendo meu abençoado e morto filho!

Nada haverá mais em viva ternura...,

...Os bons momentos sem tua alegria;

Serás sempre a saudade que já trilho,

A esperar minha vez na sepultura!

Eduardo (Setedados)

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Setedados
Enviado por Setedados em 15/09/2014
Código do texto: T4962952
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