Sonetos 10, 11 e 12 do meu livro "Em todos os sentidos"
CHEIRANDO
Todos têm seu valor na natureza;
Valores que até são bem complicados,
Quando lá nos sentidos são buscados,
E assim nos surpreendem, com certeza...!
Nós os animais é que percebemos,
Ao se adaptarmos de forma certeira...
Os olhares ouvindo o que se cheira,
E no tato o sabor que pretendemos...!
O prazer nisso não é nada raro,
E se duvidar, vou deixar bem claro...;
Que a mulher d’outros vamos desejando!
Por mais errado que assim nos pareça,
O bicho homem é prova, não se esqueça;
Quando a fêmea no cio vai farejando.
A MORTE
Nem da tristeza mais forte existente,
Pode uma morte ser assemelhada;
Por deixar a saudade torturada,
É a mais grave dor que a vida sente.
Ora, de eterno medo, o peito arde;
De profunda emoção, ora, se chora,
Na ausência de quem nos falta agora.
Destino a enfrentar sem ser covarde...,
...Porque, quão maior for o medo dela,
Creio que também seja o sofrimento,
Por não se aceitar na escolha de Deus!
Tua vida pra ela é só sentinela,
Que fulminante vêm ao teu momento,
Levando o teu espírito pro adeus!
INTERNAMENTE EXPOSTO
Sou no que me transformo totalmente,
Num real tempo findo e no futuro;
E acima do que pensa a tua mente,
Sou amargo, feliz, lírico e puro!
E tenho veleidades absolutas,
Sou vida e morte de tantos critérios!
Destas páginas com tão bravas lutas,
Sou só amor, ou dor dos cemitérios!
Sou fome, também fortes de saudades;
Curo homeomorfo - a alma peregrina,
Condenso-me às matérias verdades.
E sou muito mais do que me imagina,
Sou martírio das insanidades,
Sou universo que nunca termina!
Eduardo (Setedados)
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