Sonetos 4, 5 e 6 do meu livro "Em todos os sentidos"
UM SIM DO NÃO, TALVEZ...
Parte de mim, (só) teu amor, tristemente;
E sem ter aflições, vou desfazendo
Os sentidos no apego, docemente
Embebendo saudades..., te querendo!
Não é este semblante que me avisa,
Com olhos emotivos, marejados,
Que de pronto o amor não aterrissa
Nos corações, por brigas, machucados?
Então, que lições de vida são essas,
Que de nada mais, mais nada escrevo
Das paixões, que sobraram em promessas!?
Ainda que tu fosses, tem o enlevo
Que ficou bem gravado e, tu regressas
Dizendo-me: O adeus, eu nunca lhe atrevo!
MEUS ROSTOS
Já não tenho mais d’outrora a beleza,
Qual na atração de amores foi ditosa;
Tenho apenas lembranças por certeza,
Que dela são saudades, feito prosa!
O que transpõe o tempo é uma vida,
Não é o corpo de cérebro plantado.
O meu semblante a vê, cá percorrida,
Neste que sou eu, dela transformado!
Velho rosto, porém eu lhe prometo:
Teu valor nunca vai ser esquecido...
E ao lembrar tua forma num soneto...,
...Do quanto fosses por elas querido;
Não vou deixá-lo aqui ser obsoleto,
Mas, sinto que de mim tenhas partido!
SUGO-TE
Ah, mulher tão suprema de delícias!
Da sua fortuna de corpo e sorriso,
Na minha boca e língua em carícias,
Vem o teu sumo que sugo e preciso.
Tu açoitavas volúpias, tensões;
Unhas nas minhas costas se cravavam
Por delírios, mil excitações...,
Nestes dois corpos lindos que se amavam!
E arfavas dos prazeres que gemiam;
A invadir o imo teu sem me abnegar,
Junto a líquidos que me abasteciam...,
... Neste amar, para em órbita chegar.
É teu perfume de cios que viciam,
Num prazer doce assim, pra se entregar!
Eduardo (Setedados)
@Direitos autorais protegidos por lei