da porta, as frestas
Vasto tempo
De muros e murros
Tapas, socos
Braço, pernas,
Olho magro, lente
Roubada,
Rouba-se tudo
Inclusive a metafísica
Que o corpo imantava
Está no chão
No ar,
Move leve a taramela;
E nos come
A manhã, a tarde
Nos arrebenta aperta
A goela e nos entope
Como se.
Com se...
Não há metáfora
Que vos fale
corre, e não corre
Seja e não seja
Creia e não creia
Tanto faz
Na tua carne ele chega
Filete de rio
Água pálida rasa
Lisa,
Estiagem e gruta fina
Fosso
Grosso
Monstro poço
Ferrugem na terra
Crueza e engabela
Que nele estamos
Não dúvida
Basta a mudança à
Janela
Não há rota de fuga
Nem planos
Estratégia
Insidioso como o fogo
Vaza o corpo, da porta
As frestas..