da porta, as frestas

Vasto tempo

De muros e murros

Tapas, socos

Braço, pernas,

Olho magro, lente

Roubada,

Rouba-se tudo

Inclusive a metafísica

Que o corpo imantava

Está no chão

No ar,

Move leve a taramela;

E nos come

A manhã, a tarde

Nos arrebenta aperta

A goela e nos entope

Como se.

Com se...

Não há metáfora

Que vos fale

corre, e não corre

Seja e não seja

Creia e não creia

Tanto faz

Na tua carne ele chega

Filete de rio

Água pálida rasa

Lisa,

Estiagem e gruta fina

Fosso

Grosso

Monstro poço

Ferrugem na terra

Crueza e engabela

Que nele estamos

Não dúvida

Basta a mudança à

Janela

Não há rota de fuga

Nem planos

Estratégia

Insidioso como o fogo

Vaza o corpo, da porta

As frestas..

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 04/09/2014
Código do texto: T4949290
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