Vestida de Negro
Vesti-me de negro
só para calar
um sono cinzento
Sonhos...
queria-os ter,
mas o véu
dos pesadelos cruentos
volveu ao meu ser
encaixotado de máculas
cores pastéis
Soletrei meu nome
Pra quem?
Não havia ninguém
Será para eu mesma
lembrar-me quem sou?
Ou para romper
soturno silêncio
da madrugada
não conseguido
nem pelo tique-taque
contínuo do despertador?
...
Àquela altura
Embrenhada na altivez
Da noite de mim
O sono abordou
Só minhas unhas carmim
Dissolviam a negritude do todo
E o brilho de uma estrela única
Que reluziu e piscou no entremeio da cortina
Chamou-me à realidade da esperança
Que inda existe na prata de'um fio