Dançar, dançar...
Agora, quando já ninguém me tira para dançar...(L. V. da Cunha)
Maestro, toque esta música!
Ordene ao piano valsas e que o violino chore.
Talvez um tango que fale de amor,
Ou notas de dor de algum bolero
Que contenha saudades de quem mais quero.
Que suspire sonhos, amores e sua essência ,
Que chore verdades e toda a tua ausência.
Deixe minha imaginação neste salão rodar,
rompendo desejos e me fazendo delirar
e por todos os salões que a vida conceder,
quero dançar. Primeiro, arroubos do querer,
depois, trazendo emoções para eu cantar.
Discreto, o disfarce que me traz um olhar,
desviando conversas e gestos a se perder.
Ainda um amigo, de riso aberto e franco,
que desconheço a face, que o longe venha trazer.
Quero mesmo é dançar, fazer o salão girar
e o meu mundo girar na roda desta vida,
ter sonhos e que o sonho me chame de querida,
ter braços ao meu redor, sorriso pelo olhar,
estontear, rodopiar insensatez de prazer,
Olho no olho, mais e mais enlouquecer.
Ter meu amor, e, nesta vida, dançar, dançar...
Toque esta música, maestro!
Qualquer som que a orquestra ensaiar,
por uma ilusão que me seja o par.