O Reverso de Um Quase Poeta

“(...) não cantarei o mundo futuro./ Estou preso à vida e olho meus companheiros.” (Drumond)

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Nesta busca ladeada de quartos entreabertos

Já sonho ser o afago de uma única mulher.

Recitarei poemas sem mais suspiros diversos

E não serei como a memória do poeta suicida

Que foge para o umbral de serafins errantes

Deixando apenas versos de despedida.

Não mais quero ser poeta de um mundo inseguro.

Farei cânticos para um passado porvir.

Não mais estou preso à vida presente

Sou nefelibata de antigos versos

Com seus segredos guardados em Pandora.

Sou mais um com reversos passados

Ausente e sem destino nesta minha demora.

Meu tempo presente não mais retrata

Meus sonhos nem minha suja matéria!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 08/08/2014
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