ACONCHEGO

no infinito pequenino

do berço de gente grande

o sofá parece um gigante

gigante que me abraça

me aquece, me acolchoa

eu durmo mais no sofá

do que suponho

a sala é toda minha casa

inteira sensibilidade

eu amo nela viver

apesar de ser pequena

pois tenho tudo que preciso

para meu uso constante

tenho ate um improviso

pra noites angustiantes

que é a tela que escrevo

o teclado que estremece

diante do meu aconchego

não há tempo que se apresse

olho para o sofá

ja meio desgastado

pelo meu corpo moldado

é bom deitar lá

dormir na sala

acordar na sala

ter insonia na sala

e o quarto fechar

por aqui logo ouço os passarinhos

ao acordar a manhã

e pio junto com eles

com meu bico de avelã

´não importa

essa noite acordada

é pra viver mais um turno

quando eu morrer

a, quando eu morrer

eu durmo !

olga costa

olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 06/08/2014
Código do texto: T4911529
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