CLARO DE LUAR

É assim, solta-se a hera

então o mundo despenca.

Quando menos se espera,

olhe o trem e já a encrenca.

É grande feito o mar

imenso, largo e forte.

Ulisses, invulgar

Ou Sansão antes do corte.

Ela, os olhos de criança,

riso claro de luar

Tal o mundo, a esperança

Drummond iria afiançar.

Torna o dia assim virado

Avesso olho da noite.

Lenitivo apropriado

Reflexo e justo açoite.

Não, ela não perde a luz,

Não deixa de brilhar.

O trem é lenho cruz

Veio assim, sem avisar.

Agitou, fez estrago,

Arruinou o paladar.

Mas não destruiu em dia aziago

Sua vontade de voar.

26.07.2014

23:04

Eis uma bela e competente contribuição da amiga Tânia Meneses, professora, poeta e escritora sergipana, que muito me honra e me alegra com seu poema altamente literário, enriquecendo minha página.

Grata, Tânia.

Que movimento e cantiga de trens tem o poema

O trem segue nos trilhos, cheio de luar

O silêncio encobre as paisagens,

o pensamento voando

e o trem nos dormentes,

quase dormindo,

se arrastando.

Tânia Meneses

27.07.2014

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 26/07/2014
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T4898024
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