Era tão noite
Quando um pouco de sombra cercava os nossos sonhos
E não era necessário mais do que faíscas para contemplarmos 
estrelas perfurando trevas
e nos alegrarmos com a visão do irreal
que pousava em nossas mãos.

O que havia era tudo o que uníamos;
Lagartas, no último instar, soprando asas borboleta além-mar
Voltando como chuvas de margaridas pelos desertos;
Olhos adentrando cavernas
Ascendendo chamas à altura do amar.
 
Hoje, sem tristezas ou alegrias,
Construo o deserto para me entregar à Noite Real.
Durmo,
Com as mãos cravadas de areias e visões que se alinham
Com passar lento das corças pelas fontes do Ein Gede.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 24/07/2014
Reeditado em 13/08/2014
Código do texto: T4894837
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.