não eco

Olhando ao espelho

Revejo-me jovem de

Cara lívida, ainda aberto

As janelas que passam;

Mas logo, como se nada

Durasse, vejo um morto

Com olhos de armadilhas

Desejando me capturar

Não há rio, ou mangue,

Somente o escuro da noite

O meu coração assombrando

O tédio, firmeza inefável

Que anda com o cansaço

Toma a forma de um gigante

E de mãos demoníacas

Aperta o meu pescoço e

Me força a outro sono;

Jovem, onde está com

Sua juventude, com sua

Força e sua coragem?

Não ouço a resposta, o

Som emitido com esperança

Não se faz eco, some do

Mundo e não volta;

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 24/07/2014
Código do texto: T4894412
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