Ingenuidade
Um ponto no início
Uma linha sem fim
Uma vida sem começo
Um começo voltado para mim
Tudo era estranho
Nada era perfeito
No meio de um buraco estreito
Via o mundo surgir...
O véu tapa o tempo
O tempo surge como um invento
A brisa bate na face
A face sente o vento
O orvalho serena a noite
Noite e dia se misturam
De um ventre nasce uma criança
E para trás ficam as lembranças
Os anos passam que nem vemos
A sabedoria chega devagarinho
A idade vem de mansinho
No meio deste mundinho
Criança de pés descalços
Vai pisando pela rua
Molha o pé desnuda e crua
Rindo, brincando como a cacatua
Hoje este menino
Pisa com um sapato social
Vai marchando firme e forte
Como se fosse um general
O tempo não pode parar
O coração não pode mudar
Mesmo não sendo criança
A ingenuidade jamais pode acabar