Flores no Quintal

Assim caminha esse homem,

cresce essa planta andante,

no jardim de canteiros diversos

e um calor, por vezes, causticante.

A comunicação, o inconsciente,

A discriminação e o abraço

entre quem compra e vende

nesse meu caminho que traço.

Se estão todos perdidos,

melhor é se encontrar,

pois, pequena é a terra,

e não se desesperar.

Os erros, para quem corrige,

o jardineiro corta a erva-daninha,

os sonhos ficam para o sono,

o abaixar de cabeça, aos súditos da rainha.

Dentro do castelo escondido, o tesouro.

Do lado de fora imaginado, encontrado,

A depender de cada imaginar, para

encontrá-lo, não tem que ser letrado.

O medo do fogo, o medo da água,

vem de cada polo diferente,

se tens pressa em fantasiar,

junte-os e unirá toda gente.

Rostos se repetem como palavras

em bocas de novos repentistas

vindo de longe, em busca de ideias,

de cabeças, de outros artistas.

A fome queima por dentro,

fica difícil lidar com ela,

ainda mais, vendo tanta comida:

pães, doce, bebida, fruta amarela.

O artesão continua a fazer arte,

nova semente brota nesse chão,

é a obra espiritual do ator,

que passa de mão em mão.

A satisfação se apresenta

em nossos lábios, quem dera,

ao olharmos da janela.

Que beleza! É primavera.