Meus Uivos

Eu quero o possuído, o possesso 
Quero o perseguido, total inverso.

Quero a Lua do dia, o Sol da noite,
Eu quero é andar só na rua vazia.

Eu quero o áspero, emoção e pele,
Quero toda dor que se cala ao frio.

Quero o barro das margens do rio,
Eu quero o medo da canoa furada.

Eu quero a palma da mão riscada,
Quero do chapisco a dor cravada.

Quero o trato decepado pelo ato,
Eu quero todo o deflorado recato.

Eu quero perder a arca no dilúvio,
Quero ouvir só o eco do meu uivo.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 11/07/2014
Reeditado em 11/07/2014
Código do texto: T4877761
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.