cotidiano
Tinha gente na cadeira
na poltrona
e no sofá.
Umas quatro da manhã
tocou a campainha
Meu coração, gelado,
espiou pela fresta
de olhos fechados
tentei te enxergar
mas você não toca a campainha
você pula portão
bate na janela
a cachorra não late
não assusta
te deixa entrar.
tinha um cara bêbado
queria dinheiro
pedi que fosse sincero,
se fosse pra cachaça,
eu dava cinco conto
com a condição
que ele voltasse
pra dividir o porre
em vez de se alimentar
me olhou meio estranho
foi bater em outra porta
achou melhor não comentar
esperei amanhecer
sentada na calçada
esperando você passar.