cotidiano

Tinha gente na cadeira

na poltrona

e no sofá.

Umas quatro da manhã

tocou a campainha

Meu coração, gelado,

espiou pela fresta

de olhos fechados

tentei te enxergar

mas você não toca a campainha

você pula portão

bate na janela

a cachorra não late

não assusta

te deixa entrar.

tinha um cara bêbado

queria dinheiro

pedi que fosse sincero,

se fosse pra cachaça,

eu dava cinco conto

com a condição

que ele voltasse

pra dividir o porre

em vez de se alimentar

me olhou meio estranho

foi bater em outra porta

achou melhor não comentar

esperei amanhecer

sentada na calçada

esperando você passar.

Pamella R
Enviado por Pamella R em 09/07/2014
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