Em tudo há poesia...
Em tudo há poesia…
No brincar de uma criança
Que nos “faz de conta” alcança
O seu mundo de magia
Copiando o dia a dia
Nunca perdendo a esperança
…
No pobre agricultor
Vergado na sua dor
Que à terra a semente lança
Num ritual, numa dança
Regada com seu suor
…
Na água pura da fonte
Fecundada lá no monte
A correr sem mais parar
Até os lábios beijar
A outra linha de horizonte
…
No burro do moleiro
Que corre sempre ligeiro
Carregado de farinha
Manhã cedo e à tardinha
No seu trote tão faceiro
…
No pomar adormecido
Em folhas, tão bem vestido
Que de repente desperta
E na cor perfeita acerta
Pra dar vida ao seu tecido
…
No simples ato do sim
Na bela cor do carmim
No dizer conta comigo
Porque você, meu amigo
É joia rara pra mim
...
Em tudo há poesia
Do povo é sabedoria
Mantenho minh`alma aberta
Dou liberdade ao poeta
Pra ele ver a luz do dia