NESTE SILÊNCIO DOCE E MANSO...
Neste silêncio doce e manso
em que me quedo mas não descanso...
Neste silêncio sereno e doce,
suave e intenso como se de amor fosse,
meu coração se abre mas se fecha,
sem um suspiro, nem uma queixa!
No meu corpo, vivo, arde o desejo
mas nele sempre despejo
o gelo do desprendimento...
Envolvo-me com o esquecimento,
num abraço violento,
como se o fizesse com sentimento...
Engulo minhas dores
como se desfolhasse flores.
Mordo os beijos que não dou,
não quero ser quem não sou...
Nesta quietação, neste remanso,
finjo parecer quieta mas só me canso!
É feita de inquietação esta aparência,
pura dissimulação da minha carência...