CANÇÃO DE INVERNO
Chegou o inverno
com a pálida luz da manhã
quase sem razão,
mas um calor tão terno
das cobertas de lã!...
Ai, meu coração
não quer acordar
com tanto sossego;
“tudo mais é sonhar”...
A cama é um chamego...
E até o vazio
da rua lenta,
é como o estio...
e às vezes desalenta
a minha alma...
Mas a brisa embala
toda essa calma;
parece até que fala;
e canta uma canção
do inverno assim:
solidão... solidão
que será de mim?...
Pois até meu cabelo
vestiu-se de branco
e o artifício é um apelo
que como o frio estanco;
e que agora afago
nesse silêncio que vela,
na poesia que trago
cantada... O tempo gela...
Poema criado especialmente nessa manhã para saudar o inverno que chegou exatamente às 07:51 mim com seu jeito particularmente pálido e preguiçoso como é a característica dessa estação, que de alguma forma comparamos com o descambar da vida. Contudo, vale frisar que essa morosidade velada da estação do tempo e da vida é um momento em que o recolhimento leva a refletir a vida. Por isso eu considero esta estação a mais sábia de todas. Abraços a todos meu queridos amigos recantistas.
( Imagem google)