Estrada torta

Estrada torta

Abertas pelo caminho

Se oferecem algumas portas

A recusa de entrar, entretanto

Não por escolha, não por segurança

Não!

Essa certeza é a dúvida que suporta

Estrada torta

Aumenta com tempo que passa

No vento que me corta

os pés calejados

e ainda perdidos

nesta estrada torta

Sem sinalizações

Sem rostos conhecidos

Somente o sopro conselheiro

de alguns heróis falecidos

Pela estrada torta

Há que porta me levarão

estes erros esquecidos

o perdão que não me dei

Essa chave pendurada em seu pescoço

No meio dessa estrada torta

eu deitei

Não por cansaço

Não sei onde vou chegar

Mas sei que não quero ficar aqui

No meio dessa estrada torta

eu deitei

Daqui só saio quando você destrancar aquela porta

E me deixar ir embora sem adeus.

Elis Maria
Enviado por Elis Maria em 17/06/2014
Código do texto: T4848535
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