_ PRESENTE!
_ PRESENTE!
Renasço nestes traços,
renasço para os dias de aço,
retomo os meus fracassos e neles
alinhavo folhas de outono, ao vento, ao léu...
Renasço sob o soberano sol-azulaço
que deita sobre o marcador;
retomo a página da minha existência, ano após ano:
espectros...
Nela traço passado e tamanha dor.
Eu passo no tempo, vislumbro abismos;
um som... os sons me despertam,
os sonhos e seus recomeços...
Renasço, assim, pela brancura das flores de jasmim;
refaço minhas trilhas, minha ilha;
renasço para as dores e flores,
para os temores e ardores:
um punhado de amores tolos,
de dissabores.
Renasço aqui dentro, em mim: _ Presente!
pela manha da flora do meu jardim.
Renasço, sim, ao som dos pássaros
voluteando aqui e cochichando ali... volteando
sobre mim.
Renasço, enfim, com o brotar
da vida em mim,
dura investida rumo aos mistérios do futuro,
onde o sons, os sonhos despertam as nervuras que amarram meu corpo quase morto...
Ao correr das horas,
aquário e limpeza,
estranho diário,
pequeno local atemporal,
e lanço o alimento aos peixinhos.
PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
Campinas, é outono de 2007.