ILHAS INSANAS


Pálido em meu estado de espanto 
O encanto estático, o meu pranto
Saiu do fluxo, caiu do duto normal
Espalhou pelas células, sal da dor.

Meu choro de dentro para dentro
Sem som, cruel, silencioso e letal
Incolor e inodoro, inútil fermento
Do meu tormento febril e canibal.

O ácido que bebe da minha carne
Armadilha, a filha das frustrações 
Minha cria, refugos das emoções 
Dejetos da vida nas ilhas insanas.

E do parto da angustia, o aborto
Dos momentos do sorriso morto
Do veneno que enterra os poros
E encerra em átimo o ato gótico.

Sem aplausos, no final desse fim
Lacrei janelas, sequei meus olhos
Grafitei no meu delírio a fantasia
E refiz, assim, as peças da utopia.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 13/05/2014
Código do texto: T4804718
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