não se apavorar
o cheiro de cidreira
me diz:
sem dizer o nome
a sensação dos dias bons
o tempo
acidulado pelas lembrança
me fala de toda existência
quem diria que a inabalável
certeza dissolve
com peso das evidência
meu canto mudou
e minha cidade mudou
e todos os trabalhadores
reformam os calçamentos de pedras
é hora de receber as visitas
olhar outros campos
viver o presente que
nos pede, o claridade
que nos evoca, as novas
formas que nos abona
assentimos
debruçar á janela e não
se apavorar ás imagens
que desfilam.