tecidos engolidos

alguns estão de rifles

outros

descaderados

alquebrados diante da coisa

silenciosa, destronada, abandonada

que nos vaga por dentro

como se não pudesse fugir

ser outra coisa

será o peso da louça

ou dos mercados

dos desejos engolidos

sequer pronunciado

sobre uma terra louca

mas oro por um campo melhor

um tempo melhor

de graça e harmonia

teço com meus versos

a doçura que desejo

ver nos olhos das trevas

as pessoas se reconciliarem

voltar a dizer os nomes

as palavras que nos fazem

sentir de novo

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 03/05/2014
Código do texto: T4792888
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