DAS ALMAS ESPANHOLAS §§§ OUTRO MENINO POETA
Com muita alegria, trago a esta escrivaninha o presente que ganhei do poeta e amigo Eduardo Paixão, a quem agradeço imensamente. É uma honra tê-lo aqui!
Republico, nesta página, o poema "Outro Menino Poeta", que dediquei a Eduardo, por ocasião de sua estada em minha cidade, numa intertextualidade com o poema "O menino poeta" de Henriqueta Lisboa.
É o meu jeito de agradecer, caro Eduardo Paixão.
DAS ALMAS ESPANHOLAS
E foi-se reverberando pela Andaluzia,
o som das fraturas dos dedos sobre as cordas.
Permanece o gosto árido de uma dança crua
desenhada na língua pela sinuosa escrita.
Tudo já não é de agora, esteve aí e eu não via.
Simultaneidades chamadas gêmeas e simetrias
de olhos negros e tortos como o dos touros
perfurados nos flancos pelas paixões tardias.
Isso não é elegância nem excelência,
nem um pensamento iluminado pelo dia.
É uma guitarra fragmentada no enigma escarlate
que se avulta na penumbra e morre de melancolia.
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Dedicado a Dalva Molina Mansano
Eduardo Paixão
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OUTRO MENINO POETA
O menino poeta
É teu conterrâneo
Oh! Doce Henriqueta.
Eu o vi bem de perto,
Tem nele as belezas
Do céu, sol e mar.
Riso largo, é luz
Centelha a faiscar.
Parece Jesus,
A pele a abonar.
Procuravas daí
Dali, d’acolá
Feito colibri
Ele veio pra cá.
(Dedicado ao amigo Eduardo Paixão)
Dalva Molina Mansano