Do lado esquerdo da cama
E do nada me refaço,
Sem laços, sem pedaços.
Sem lembranças.
E do nada me desalgemo
Sem tempo, sem o dia.
Sem espaço.
E do nada me reforço
Sem ter brisa, sem ter cheiro.
Sem ter noite, sem pensar.
E do nada sou de ferro
Como o tempo a oxidar
E do nada me desmonto
Com pedaços, com lembranças.
E do nada finjo a vida.
Sem ter forças, nem saída.