Do lado esquerdo da cama

E do nada me refaço,

Sem laços, sem pedaços.

Sem lembranças.

E do nada me desalgemo

Sem tempo, sem o dia.

Sem espaço.

E do nada me reforço

Sem ter brisa, sem ter cheiro.

Sem ter noite, sem pensar.

E do nada sou de ferro

Como o tempo a oxidar

E do nada me desmonto

Com pedaços, com lembranças.

E do nada finjo a vida.

Sem ter forças, nem saída.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 22/04/2014
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