ABRIL
Espaços cislunares,
Janelas abertas para um azul diáfano,
Os raios fracos, suave brisa.
Quaresmeiras abertas nas ruas,
Fícus ainda hirtos e lustrosos,
Perfume de mandarinas no ar,
Aroeiras quase debulhando pimentas-rosas.
Bicos-de-lacre no Ibirapuera,
Sabiás em profusão,
Papagaios de papel.
A Cantareira mais úmida e brumosa,
Vivaldi passeia entre as árvores,
Deita-se nos amarelos trechos folhosos,
Tropeça nos ocres mais fechados,
Espanta-se com tatus e esquilos.
Natureza trocando de cores e sons.
Dias de abril.
Tempo das telas de cinema,
Livros da estação,
Revisita a fotos antigas,
Cafeterias lotadas,
Lãzinha sobre a pele,
Garoa fininha,
Gotas de vetiver,
A névoa das manhãs.
São Paulo.
Nada veste melhor a cidade.
Abril da poesia. Urbana.
Abril, esteira dos meus versos,
Versos que custosos brotam.
Como não amar o outono?
Seu saldo e colheita?
Entre chás e biscoitos
Desfaço-me das folhas antigas...
Das penas de outros temas...
Engendro novas cantigas.
Na nostalgia
Saboreio
Outra fantasia.
Floreio.
* Imagens: Parque Ibirapuera (Sampa Online)
Cafeterias lotadas,
Lãzinha sobre a pele,
Garoa fininha,
Gotas de vetiver,
A névoa das manhãs.
São Paulo.
Nada veste melhor a cidade.
Abril da poesia. Urbana.
Abril, esteira dos meus versos,
Versos que custosos brotam.
Como não amar o outono?
Seu saldo e colheita?
Entre chás e biscoitos
Desfaço-me das folhas antigas...
Das penas de outros temas...
Engendro novas cantigas.
Na nostalgia
Saboreio
Outra fantasia.
Floreio.
* Imagens: Parque Ibirapuera (Sampa Online)