do tempo

sei e sinto o desprezo

dos olhos meus aos teus

e te sopro e emudeço

numa síncope no peito

faço morada, faço gelo

e sobre ela, deito-me

não há, não houve

no silêncio que me protege

nenhum outro veio

só esses versos

que ainda teço, ao meio

e me descobrem inteira

ah, essa minha indiferença

que me faz em pé e sem correntes

mãos soltas em reticências

e se me assusta ser livre...

encanta-me a ti, meu desapego

ontem era tudo, hoje és areia

areia ao vento

areia entre os dedos

areia ao tempo

Almma
Enviado por Almma em 06/04/2014
Reeditado em 06/04/2014
Código do texto: T4758549
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