Estou (cotidianamente) em desfolhamentos.
Não de uma árvore plantada nas clareiras da alma
Não de ramos que se estendem aos sonhos;
Partes do que sou
Caem por vazios semeados na existência;
Partes do que não sou
Voam por florestas por onde passei de alguma forma
Com o coração que em mim ficou
A palpitar tão longe de seu pulsar.
 
Morro antecipadamente de refolhamentos.
As sombras das minhas folhas serão mais breves
Do que a potência do andar para alcançá-las.
Expando-me em contração nas coisas que brotam
Em simultânea decomposição.


 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 26/03/2014
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T4744359
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